Categoria: CINEMA

Sobre o Snyder Cut e o triunfo dos fãs

Se tem um filme que merecia existir foi a versão de Zack Snyder para a Liga da Justiça

Se você está minimamente conectado a assuntos de cinema e cultura pop, deve ter acompanhado um pouco da jornada trilhada pelo filme “Liga da Justiça”,  que reúne os principais personagens da DC. Quando falamos dos principais personagens da DC, estamos falando dos mais conhecidos e aclamados heróis da história. Liderados por ninguém menos que Superman, Batman e Mulher Maravilha, a Liga da Justiça é um grupo de super heróis reunidos com o objetivo de salvar o mundo de inimigos desse e de outros planetas. Tenho certeza que você já se deparou com esses personagens em alguma momento da sua vida, seja nas tradicionais histórias em quadrinhos, desenhos animados, filmes, séries de TV ou simplesmente esbarrou com eles em camisetas, capas de cadernos, brinquedos ou decoração de festas infantis. Sim, eles dispensam apresentações.

A verdade é que, desde a famigerada trilogia do Batman, contada no cinema pelo incrível diretor Cristopher Nolan, a DC não consegue se encontrar no universo cinematográfico. Perdida entre uma identidade própria, com leves características de mundo real, e a tentativa de surfar na onda de sucesso de sua principal concorrente, a Marvel, com suas cores, piadas e um formato de série.

Enquanto isso, na Warner DC, abandonados pelo aclamado Cristopher Nolan, que se negou a contar uma história com “homens que voam” o estúdio recorreu a Zack Snyder, diretor conhecido por 300 e Watchmen, dois grandes filmes produzidos pelo estúdio e com uma ótima aceitação do público e da crítica especializada. 

O trabalho de Snyder começa em 2013 com “Homem de Aço” que apresentou ao mundo o Superman vivido pelo ator Henry Cavil, ali já dava para perceber o caminho que a Warner e Snyder queriam seguir e era bem diferente da linha que a Marvel vinha traçando. Sem a oportunidade de estabelecer melhor os seus personagens A Warner apresentou o segundo filme dessa nova fase, “Batman vs Superman”, filme que, apesar de boas intenções foi prematuro e cometeu alguns erros no percurso. Abalado pela má recepção do público e intimidados pelo crescente sucesso que a Marvel continuava alcançando filme após filme, a Warner pressionou Snyder para acelerar a produção de um filme com a Liga da Justiça, eles tinham que usar seu maior trunfo para fazer frente aos Vingadores da Marvel, e aqui abrimos um parênteses.

A Marvel começou seu projeto cinematográfico com o filme do Homem de Ferro e aos poucos foi apresentando seus principais personagens ao longo de anos antes de fazer um filme de equipe. Um trabalho cuidadosamente alinhado pelo competente produtor Kevin Feige que, desde sempre, parece ter seguido um objetivo e respeitou cada etapa, o resultado disso foi mais sucesso de bilheteria e de crítica.

Do lado de cá, sim, eu sou um fã declarado dos personagens da DC, Zack Snyder tinha em mãos uma missão “quase” impossível, contar uma história com os mais conhecido heróis da editora sem antes apresenta-los adequadamente ao público. Para completar, o estúdio passou a pressionar o diretor para que o filme fosse finalizado rápido e com 2 horas de duração, visando os lucros de bilheteria. 

Durante a produção de “Liga da Justiça”, preocupados com a “Linguagem sombria de Zack Snyder”, o estúdio contratou consultores para acompanhar as filmagens e “orientar” o diretor. Entre esses consultores estava ninguém menos que Joss Wedon, diretor dos 2 primeiros filmes dos Vingadores na Marvel, que começou a propor mudanças no roteiro.
Segundo Snyder, as sugestões de Wedon faziam sentido e não feriam suas ideias para o longa e aceitou as sugestões. A medida que o clima ficava tenso nas produções e o diretor entraria em uma fase de “queda-de-braço” com o estúdio para defender suas ideias e negociar o caminho do filme, uma tragédia familiar abalou Snyder que decidiu se dedicar à família e abandonou a briga com a Warner. Lidando com o suicídio de sua filha, Snyder e sua esposa, produtora e parceira de trabalho, decidem desistir dos debates e a Warner vê a oportunidade de afastar o diretor cedendo a finalização do filme à Joss Wedon.

Wedon, decide acatar a vontade do estúdio e refilma mais de 70% do filme para costurar a história e finalizar um filme de 2 horas, lançado nos cinemas em 2017.

Apesar de não ser um filme terrível, a Liga da Justiça original aparenta uma grande colcha de retalhos e, olhares mais atentos podem identificar a mão dos 2 diretores. O resultado nas bilheterias foi muito abaixo do esperado, o filme não tem a identidade planejada por Snyder e também não chega perto da leveza dos filmes da Marvel, ficou no meio do caminho.

Após se recuperar da perda familiar e aquecido pelas polêmicas e denúncias de abuso, supostamente praticadas por Joss Wedon durante as filmagens, Zack Snyder decide iniciar, apoiado pelos principais atores do filme, uma campanha de liberação da sua versão dessa história. A hashtag #releasethesnydercut ganhou a atenção dos fâs que se mobilizaram ao redor do mundo e, 4 anos depois, o diretor anunciou oficialmente que sua versão seria finalmente lançada com incríveis 4 horas de duração.

O filme lançado para streaming e em plataformas VOD, ainda apresenta alguns problemas, mas é imensamente superior à versão lançada no cinema em 2017. Desde a coesão do roteiro, apresentação das personagens, equilíbrio entre os heróis e os vilões até a costura de tudo isso.
Apesar dos excessos visuais, marca registrada do diretor com suas câmeras lentas e imagens sem cor, o filme imprime as ideias de Snyder prometidas desde o lançamento de Homem de Aço e mantêm uma identidade criativa coerente com tudo que havia sido apresentado até então.

Triunfo dos fãs e de um criador em defesa das suas ideias, apoiado pela equipe que abraçou a campanha e nos deu a oportunidade de conhecer como teria sido se as coisas tivessem seguido por outro caminho. Sim, pois a Warner não seguirá seu universo cinematográfico nesse sentido e Zack Snyder dificilmente voltará a dirigir um filme de Superman e seus “Super Amigos” novamente.

O meu desejo é que Snyder siga criando boas histórias e que a DC encontre o seu caminho diferente da Marvel e à altura dos seus lendários personagens.

Sobre a Liga da Justiça e a DC no cinema

Sim, eu gostei de Liga da Justiça!

Saudações, já faz algum tempo que não escrevo sobre cinema (visite meus textos antigos no SuperNautas), a paternidade tem me feito ver muito mais “Patati Patatá” do que DC e MARVEL, mas “Liga da Justiça” mereceu um texto por aqui.

Para começar, quero deixar claro a minha preferência pelos personagens da DC em relação aos da Marvel, porém os filmes da equipe do Tony Stark e Capitão América têm me empolgado muito mais nos últimos tempos.

A Marvel encontrou uma fórmula empolgante de apresentar seus personagens e criar histórias interligadas, com roteiros relativamente simples foi nos levando aos poucos pra dentro desse universo conquistando o topo do ranking de filmes desse gênero.

Já a DC, que no passado nos presenteou com o clássico Superman em 1978 e mais recentemente a trilogia do Batman orquestrada pelo competente Christopher Nolan, não tem agradado muito fãs e críticos nos últimos anos.

Não sou da turma que odeia Homem de Aço e Batman vs Superman. Entendo que ambos têm problemas que vão do conceito dos personagens até furos de roteiro, mas gosto de filmes que arriscam, tentam algo diferente. A indústria hollywoodiana, que não rasga dinheiro, descarrega centenas de filmes simples e esquecíveis todos os anos em nossas salas de cinema, baseados em estatísticas e fórmulas que já deram certo.

É inegável que os filmes ousados que admiramos (os que deram certo) não são o que podemos chamar de sucessos de bilheteria, e é por essa razão que as “tentativas” da DC/Warner têm o meu respeito. Prefiro que errem tentando mostrar algo diferente à seguir a fórmula que já conhecemos.

Mas como minha opinião não irá afetar as decisões estratégicas da Warner, e tendo visto a surra de críticas que os filmes da DC vêm levando, o estúdio decide respirar fundo e “reiniciar” seu projeto de universo cinematográfico.

Vendo Liga da Justiça percebi que quiseram entregar um filme mais “pé-no-chão” sem muita ousadia, deixar a poeira de críticas abaixar e começar novamente um trabalho a partir daqui.

É claro que eu gostaria de assistir um filme um pouco mais empolgante, ver o Superman ressurgir com a clássica trilha do mestre John Williams tocando (sem medo), para enfrentar um vilão realmente perigoso, mas saí feliz do cinema.

O fato de não ser ruim já é uma grande alívio (risos), mas o filme me entregou algumas cenas empolgantes, uma história simples e funcional e o Superman arrebentando com tudo (quase do jeito que eu esperava).

Com tudo isso, acredito que esse é o filme que deveria ser feito nesse momento, “botar” a bola no chão e recomeçar o jogo com mais calma. Liga da Justiça não é melhor que Mulher Maravilha, mas é um filme acima da média e, certamente, superior aos recentes “escorregões” da DC/Warner.

Minhas expectativas para Aquaman subiram um pouco, e voltei a ter esperança no universo DC no cinema.

Clipe Animado Cruisr // All Over

Saudações, que tal misturar música, cinema e animação.

A banda Cruisr lançou um incrível clipe para a sua música “All Over”.  No clipe, todo feito com animação, os personagens se transformam, de forma fluida e ao ritmo da música, em diversos ícones da cultura pop, uma verdadeira viagem pela história do cinema.

A animação foi produzida pelo Carboni Studio.

Créditos:

Cliente: Vagrant Records
Concept, Design, and Direction: Chris Carboni
Animação: Chris Carboni, Elaine Lee, Matt Everton
Composição: Chris Carboni

Mesmo se você ainda não conhece a banda Cruisr, vale conferir esse e outros belíssimos trabalhos do Carboni Studio. E fica o desafio para você descobrir as referências do cinema nesse clipe.

The Present // HQ brasileira vira curta premiado

Qual é a definição de perfeição?

Saldações, em minhas andanças pela internet, me deparei com esse emocionante curta metragem inspirado no trabalho do cartunista brasileiro Fabio Coala.

Fabio é ilustrador e quadrinista, autor do blog Mentirinhas. Em janeiro de 2012, Fabio publicou a tirinha “perfeição”, que correu o mundo até chegar nas mãos do, também talentoso, Jacob Frey.

Jacob, inspirado no trabalho de Fabio, criou um incrível curta metragem em computação gráfica. O filme reforça a ideia apresentada na tirinha, do quanto temos a aprender com os animais. Os animais são livres do preconceito, julgamento e outros sentimentos tipicamente humanos, que muitas vezes nos impedem de ser feliz.

Além de um belíssimo roteiro, o curta é tecnicamente impecável e merecedor dos prêmios que conquistou.

 

Ficou interessado? Então corra pra conferir mais do trabalho de Fabio Coala e sua tirinha Perfeição.

Papa // Uma linda animação sobre pai e filha

Sabe quando você assiste um filme e se identifica?

Saudações, se você chegou até aqui já deve ter percebido que sou um grande consumidor de animações de todo tipo, e isso acontece desde sempre. Esses dias, ao navegar pela internet, me deparei com essa belíssima animação que me tocou de um jeito especial.

Claro que a paternidade tem me deixado mais sensível para coisas desse tipo, mas acredito que esse é apenas o meu ponto de vista e, mesmo que seja de outra forma, você também irá se emocionar com essa animação.

Papa conta a história de um inventor que, na tentativa de agradar sua filha, descobre que não é o melhor pai do mundo, ou pelo menos é o que ele pensa.

Com um roteiro simples e emocionante o filme narra a tentativa de um pai par se tornar melhor, e como todo mundo, erra, acerta e aprende com seus erros. Pai e filha descobrem que são perfeitos um para o outro, exatamente do jeito que são.

Uma animação 2D, com estilo simples e pequenas referências à desenhos feitos por uma criança, o que deixa o resultado final ainda mais interessante.

Se você também acredita que podemos aprender muito com as crianças, vai gostar e se emocionar com esse belo trabalho de Natalie Labore.

 

Animação relembra todas as mortes de Star Wars

Atenção, esse post contém SPOILERS.

Saudações… se você é fã de Star Wars, já deve saber que existem mortes importantes em todos os filmes. O pessoal do Pipoca VFX criou uma animação no bom e velho estilo Pixel Art para relembrar todas essas mortes da saga,

O curta é todo feito com o visual dos saudosos games 8 bits e mostra, em ordem cronológica, as mortes mais importantes de todos os filmes, desde o episódio I até o mais recente “O Despertar da Força”.

Se você já viu os filmes, ou não se importa com Spoilers, aí vai:

Artella // Plataforma para produção coletiva de animação

Que tal tirar aquele seu projeto de animação da gaveta?

Saudações… O uso da internet para realização de trabalhos multinacionais não é uma prática recente, são milhares de opções de comunidades, fóruns, grupos e plataformas que estreitam a distância entre diferentes profissionais e até possíveis clientes.

Seguindo essa tendência, os criadores do Animation Mentor, uma reconhecida e pioneira escola online de animação, criaram o Artella. Trata-se de uma plataforma colaborativa para produção de animação e conteúdo de realidade virtual.

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Bobby Beck, Shawn Kelly e Carlos Baena, são os fundadores dessa nova plataforma que conecta profissionais espalhados pelo mundo e formar pequenas, médias e grandes equipes para realização de projetos de animação. A proposta desse novo empreendimento é possibilitar que artistas desenvolvam e amplifiquem seus projetos que antes sofriam com as barreiras da dificuldade de se formar uma equipe profissional. Os artistas agora podem ir além das suas limitações técnicas ou de tempo, elevando o nível das suas animações e games, além de minimizar custos e tempo de produção.

O projeto oferece uma estrutura idêntica à do mundo real para dentro da plataforma, possibilitando que artistas iniciantes possam viver essa experiência ao lado de outros veteranos do mercado.

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Na sua essência, o Artella é um sistema inovador baseado em produção na nuvem, onde um artista pode conectar seus aplicativos de produção 3D em uma plataforma que integra todos os componentes necessários, incluindo as ferramentas de comunicação e revisão, para gerir um projeto em qualquer lugar do mundo. A plataforma Artella e as ferramentas são acessadas e integradas totalmente através de um navegador web. Os artistas podem trabalhar tanto online como offline, dependendo de suas necessidades.

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Para dar ainda mais credibilidade ao projeto, o trio fundador do Artella possui uma longa e invejável carreira profissional: Bobby Beck,  trabalhou durante anos como animador da Pixar em filmes como Toy Story 2, Monstros S.A., Procurando Nemo e Os Incríveis, depois de passagens pela Walt Disney Animation e Tippet Studio. Shawn Kelly se juntou a ILM em 1998, trabalhou como animador em uma longa lista de filmes, incluindo Os Vingadores, Transformers: Dark of the Moon, Rango e Star Wars episódios I, II e III. Carlos Baena trabalhou como animador da Pixar por mais de uma década em uma série de filmes, incluindo Monsters University, Toy Story 3, WALL · E e Ratatouille e, mais recentemente, escreveu e dirigiu os curtas Market St., bem como a curta animado La Noria, uma colaboração on-line atualmente em produção usando o pipeline Artella.

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O projeto parece tão bom que nos leva a pensar o motivo de não termos visto nada assim antes. Unir aprendizado, formação de equipes, suporte e networking em um só lugar, esteja você onde estiver.